Claro que não seriam sobre como cantam bem os pássaros verdes, não, estou remetendo aqueles de uma certa rede social, no caso a cor aqui é azul, e a ave não está trazendo felicidade, e sim fofocas.
Estamos cada vez mais distantes um do outro, mesmo estando do lado, preferimos usar apps ou buscar sinais de wi-fi, sendo que falar é grátis e só custa saliva, em um perfil na net posso construir uma história sem qualquer compromisso com a realidade, e pior, numa conversa de teclado imprimimos nossas emoções nas palavras do outro, quando alguém manda uma mensagem é impossível saber suas intenções e entonações; um simples não pode significar muito dependendo do tom utilizado, podendo ser veemente, carinhoso, amedrontado, não há como saber, e cada um julgará como receberá este não, pode ser fonte de risos, revolta, ou esfriar a conversa. Em uma sala de chat, selecionamos e descartamos quem queremos ou deixamos de querer como se estivessemos escolhendo uma cueca, ou calcinha.
Paciência gente, estamos perdendo a humanidade, e por pouca coisa, a internet quando surgiu representou um grande marco para as comunições da humanidade e para toda a sabedoria, mas como tudo o que é positivo também reflete seu lado negativo, e as redes sociais para grande parte da humanidade tornou-se símbolo de imbecialização e ostentação de mentiras, hoje produzimos ódio mortal se alguém não curtir algo ou fizer um comentário desabonador, não digo nem bloquear, aí é o fim do mundo, razão pela qual muitas pessoas tem desativado seus perfis, e pasmem muitas pessoas-sóis chegam a acreditar que são a causa pela qual A ou B desistiram de determinada rede social.
Claro que muitas vezes nossa paciência é testada com posts sobre Big Brothers, orações e correntes, sinto muito, mas Deus não têm perfil em rede social, as fotos indiscretas são o de menos, dependendo do gosto podem até render alegria para alguém, lembrando que vivemos num país de falso moralismo, hipocrisia religiosa e moral, onde o mesmo que julga também têm o rabo preso e teto de vidro.
Então que tal mudar? Dói? Claro, toda a mudança dói, por menor que seja, mas faz um bem a libertação. Sair deste mundinho virtual, escondidinho numa sala escura obsediando os outros e sendo obsediado numa obsessão cega usando a internet de forma vampírica deixando de viver sua vida para secar a vida alheia, em fotos, vídeos e atualizações.
Adianto que não vai fazer desaparecer todos os estorvos do mundo, mas com certeza a sensação de cidadania será indescritível, aí sim estaremos numa rede social de verdade, a teia humana, tecida na solidariedade, verdade e comprometimento conosco e com o próximo, e acima de tudo levando calor humano, algo que jamais uma máquina poderá reproduzir.